Total de visualizações de página

sábado, 7 de outubro de 2017

3072 - FM A história se repete


           
O  BISCOITO  MOLHADO
Edição 5332 FM                           Data:  07.10.2017


FUNDADOR CARLOS NASCIMENTO  -  ANO  XXXV

 MEU REINO POR UM CAVALO

Ricardo III é um drama histórico de Shakespeare escrito entre  1592 e 1593, baseado  em história verídica, que fala sobre a ascensão maquiavélica do rei Ricardo III (32 anos) e de seu reinado. A peça, em cinco atos, inicia-se com um monólogo de Ricardo, Duque de Gloucester. Ele fala  do fim da guerra, da paz que então impera na casa real, e se diz descontente pelas festividades nas quais não deseja participar, por se sentir desfavorecido pela sorte (refere-se a suas deformidades, que não eram tantas, exageradas pelo autor da peça, embora sofresse de problemas na coluna vertebral), lamenta os insucessos amorosos  e refere-se aos ardis que criou para jogar o irmão George contra outro irmão, o rei Eduardo IV. Por fim, refere-se a uma profecia, pela qual um certo G, herdeiro de Eduardo, seria o assassino do rei. As demais cenas são de desentendimentos intrigas e assassinatos. Eis a primeira:
Lady Anne entra em cena com um grupo de homens carregando o caixão do rei Henrique IV, pai de seu esposo Eduardo, príncipe de Gales, também assassinado. Lady Anne lamenta as mortes e lança maldições contra seus assassinos. Ricardo interrompe o cortejo, pretende falar a sós com Anne, cortejando-a. Ela o repele dizendo saber que foi ele o causador das duas mortes. Ricardo nega, dizendo que a causa teria sido a beleza de Anne, que despertara sua paixão por ela. Entrega-lhe sua espada, pedindo que a crave em seu peito, para vingar as duas mortes. Anne devolve a espada, Ricardo oferece-lhe seu anel como sinal do desejo de tornar-se seu esposo. Ela retira-se sem dar esperanças. Mesmo assim, Ricardo celebra a conquista, para ele mais valiosa, de vez que a viúva ainda está de luto.
Seguem-se as demais cenas, com outras mortes e intrigas, até chegar o momento final, última cena do quinto ato, que se desenvolve no campo de batalha. Ricardo ordena que se armem as barracas e se preparem para a batalha na manhã seguinte. Durante a noite surgem os fantasmas de todos os mortos pelo rei, que acorda assombrado e em desespero. Os mortos desejavam a sua derrota.
Ricardo conclama seus homens à batalha, quando é interrompido pela chegada de um mensageiro, que traz a notícia de que Stanley se recusa a lutar a seu lado. O rei ordena que Stanley seja executado, mas Norfolk sugere que a execução ocorra depois da batalha, já que o inimigo se aproxima.
Trava-se a batalha de Bosworth, que encerra a Guerra das Rosas.  O campo fica cheio de combatentes mortos. Ricardo, em desespero, tentando escapar de seus algozes, grita: “Meu reino por um cavalo!” (A frase teria sido posta na peça pelo autor). Ele luta contra o conde de Richmond, que o mata e é festejado pela vitória, sendo ordenado a usar a coroa, que lhe pertence, como sucessor.  Tornado rei Henrique VII, determina que os nobres mortos sejam enterrados, e oferece o perdão a todos os combatentes adversários. Celebra a vitória pregando o retorno da paz e da harmonia à Inglaterra.
A Guerra das Rosas foi uma série de lutas dinásticas pelo trono da Inglaterra, resultado de problemas sociais e financeiros decorrentes da Guerra dos Cem Anos. Ocorreu ao longo de 30 anos, entre 1455 e 1485, durante o reinado de Henrique VI, Eduardo IV e Ricardo III, em que estiveram em campos opostos as casas de York e de Lancaster, ambas originárias da dinastia Plantageneta. O nome do conflito deve-se aos símbolos das duas casas - de York a rosa branca, de Lancaster a rosa vermelha.
Comparando-se o drama shakespereano com os problemas atuais, vale recordar o Eterno Retorno, aforismo do filósofo Nietszche, que diz respeito aos ciclos repetitivos das coisas – estamos sempre presos a um número limitado de fatos, que se repetiram no passado, ocorrem no presente e se repetirão no futuro. Assim, que todos os envolvidos nas trapaças, nas intrigas, nas propinas rapinadas, de ontem como de hoje, devolvam a roubalheira descarada, sejam condenados e presos. E o  novo “rei”  seja empossado em paz e que reine a harmonia que tanto faz falta neste rincão do Hemisfério.



4 comentários:

  1. Ninguém vai notar, o que torna o registro mandatório. O fundador desta seita farinácea, tendo aniversariado em 6 de outubro, determinou a mudança no calendário, de XXXIV, para XXXV. Aos leitores, obrigado.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns ao fundador!
    Mas como " estamos sempre presos a um número limitado de fatos, que se repetiram no passado, ocorrem no presente e se repetirão no futuro" creio que aqui tal mudança no calendário não obedece à necessidade premente de ocultar propinas rapinadas, trapaças, intrigas, posse de imóveis ou coisas de tal ordem mas sim de provocar em cada leitor, além de um largo sorriso, a consciência do tamanho que cada um de nossos políticos crê seja a nossa imbecilidade.
    Fernando, diante da sua oportuna e maravilhosa crônica fico a pensar se arte é um homem vivo, nu, sentado no chão, sendo tocado por criança. Não sei. Não posso dizer.
    No entanto, tenho a certeza de que vivi momentos de arte e cultura nesta página.

    ResponderExcluir
  3. Calma, irmã. Nem tanto ao mar nm tanto a terra. Mas,falando de arte,sou contra a censura mas, a tal nudez não é arte, é apenas nudez. f.

    ResponderExcluir
  4. Recordar Nietszche, Shakespeare, Guerra das Rosas, filosofia, literatura e teatro, a sutileza da analogia com o incrível momento atual, é preciso reconhecer, ante a modéstia do autor, que isto é que é, realmente, arte.
    Homens nus ou não, sentados ou em pé, são a suprema arte, de Deus, o Criador. A montagem do espaço, utilizando o ser humano, como já disse alguém "prefiro não comentar".

    ResponderExcluir