O BISCOITO MOLHADO
Edição 5319 FM
Data: 04 de agosto de 2017
FUNDADOR: CARLOS EDUARDO
NASCIMENTO - ANO: XXXIV
A
história do povo cigano é cheia de mistérios, contradições e lendas, primeiro porque teria sido
contada apenas oralmente. Não há,
portanto, o que possa ser indicado
como autêntico, na vida desse povo místico, errante, cujos primeiros movimentos
migratórios teriam começado ao
longo do século X, quando chegaram
à Europa Ocidental, vindos do Oriente Médio. Há fortes indícios que poderiam
sugerir que seriam originários primeiramente do Egito. Eles próprios
fantasiavam as informações, atribuindo-se de procedência misteriosa e lendária,
naturalmente uma estratégia de
proteção, frente a populações em que eram minoria e, em parte, como postos
em cena seus espetáculos e
atividades pessoais. Isso é constatado por fontes de informações modernas,
obtidas em testemunhos escritos e através de análises linguísticas e a genética
populacional.
No
século XVIII, o estudo da língua cigana (o romeni) seria derivada de língua
indo-ariana, o que poderia demonstrar que a origem do povo estaria no Nordeste
do subcontinente indiano (onde atualmente existem os estados modernos de Índia
e Paquistão). Estudos modernos indicam que a língua, baseada nos dialetos
europeus, pode localizar-se na Índia Central e, por “empréstimos”, dos
territórios por onde migraram desde
o século II a.C. ao século XIV, dos persas ou, por semelhanças, dos
gregos e dos eslavos. Posteriormente dos búlgaros e dos espanhóis. Em sua
estada nos Balcãs, absorveu o vocabulário germânico e, a partir do século XV as
correntes migratórias distribuíram-se por toda a Europa. No século XVI, eles
sofreram revezes, sendo expulsos de várias cidades. Com o Descobrimento da
América, em 1492, começaram a tomar o rumo do Novo Continente, fugindo de
perseguições, marginalizações, castigos e escravização.
Indica-se que Cristóvão Colombo, em sua
terceira viagem à América, teria levado os três primeiros ciganos em sua
comitiva. Posteriormente, ocorreram deportações da Europa para o Novo Mundo, por parte de Portugal. Da
Espanha, somente podiam viajar com permissão expressa do rei Filipe I. Logo foi estabelecida
proibição da entrada de ciganos na América, tendo sido determinado o retorno
dos já enviados. A onda de migrações diminuiu com o começo da I Guerra Mundial,
reiniciando-se em 1989 ano em que começou a terceira diáspora cigana. As
migrações iniciadas no século XX não significaram melhoria de condições de vida
dos ciganos. Ao contrário, agravou-se durante a II Guerra Mundial, com o
advento do nazismo, quando pelo menos 20 mil ciganos morreram nos campos de
concentração, levados aos fornos crematórios. Investigadores aceita que os
ciganos poderiam ter abandonado a Índia em torno do ano 1000, atravessado a
região que é hoje o Afeganistão, a Pérsia, a Armênia e a Turquia,
originariamente do estado desértico do Rajastão, havendo povoações ciganas oriundas no Irã, com o nome de lúrios. Teriam
partido em duas vertentes, uma rumo à Europa, através da Grécia, outra para a Síria,
Egito e Palestina.
No
século XII, enfrentaram o avanço
muçulmano que tentava impor sua religião na Índia e lutado contra os
Sarracenos por muitos século, até a Idade Média. Uma de suas fantasias atribui
sua descendência relacionada a Caim. Algumas tradições os identificam com magos
caldeus da Síria ou com uma tribo de Israel fugida do Egito do tempo dos
faraós. Outra lenda, balcânica, considera os ciganos forjadores (ou ladrões)
dos pregos da Cruz de Cristo, motivo pelo qual teriam sido condenados a viver
errantes mundo afora.
Estima-se que existam entre 700 mil e um
milhão de ciganos no Brasil. Em
Portugal chegam a 40 mil. Em toda a Europa, de acordo com dados do Banco
Mundial, existe uma
população cigana estimada entre sete e nove milhões, a grande maioria vivendo
em péssimas condições econômicas e sociais.
A pior maldição de Deus não foi transcrita na Bíblia:
ResponderExcluir- Necessitarás, como do ar que respiras, sobrepujar a outro homem, e para que isto fique bem registrado, criarás a escrita.
Em criança me ensinaram a temer outros seres humanos.
Seres. Humanos?
Apenas homens, quem sabe, judeus a procura da Terra Prometida?
As piores feras não temem as da mesma espécie.
ResponderExcluirEntão, será o homem o que?
Creio que ainda não criamos a palavra para definir. Mas chegaremos lá.
Agora é a vez das mulheres não temerem o homem. É um longo caminho...